reivindicando o terreno
destinatário: as garotas boazinhas
“Baby boy, i think i’ve been too good of a girl.”
Bejeweled - Taylor Swift
As garotas boazinhas não falam, mas derramar palavras fervilhantes em um papel em branco é nosso ponto forte. E, aqui, precisamos falar sobre como estamos todas cansadas de ser “ideais”. Afinal, esses são os e-mails que não vamos enviar. As correspondências de amor que nunca serão entregues. O grito de ódio que não vai ecoar em nenhum outro lugar além de nossas próprias cabeças.
As garotas boazinhas não brilham. Elas escondem as próprias chamas sob uma carcaça grossa de gentileza. Elas se permitem ser inteiramente pisadas para evitar encostar um mísero dedo na paz de espírito de alguém — e, enquanto isso, elas não têm nenhum conforto.
As garotas boazinhas têm um top 5 ocupado com milhares de prioridades — as dos outros primeiro, as delas, depois. Suas decisões são baseadas no que é melhor para o outro, seja ele quem for.
As garotas boazinhas têm pavor de ir parar no porão do seu reconhecimento. Elas deixam os próprios diamantes para trás para não ofuscar as jóias do outros e acabar perdendo quem ama no processo da vida. É uma maneira injusta de levar os relacionamentos.
É, especialmente, um peso grande demais para se carregar sozinha.
As garotas boazinhas se esqueceram de que ainda podem cintilar. Elas podem dizer “Ah, se eu tenho namorado? Não me lembro!”. Podem pedir de volta o controle que devia ter sido delas desde o início.
As garotas boazinhas ainda vão ouvir que são muito más. É o efeito de ter sido dócil por toda uma vida. Qualquer “não” é sinônimo de agressividade, mesmo que o usemos para evitar uma violência contra nós mesmas.
As garotas boazinhas só querem se divertir. Elas sentem sede de alegria, emoção. Esperam ansiosamente pelo dia em que poderão viver todos os seus sonhos selvagens sem culpa e sem intervenções.
E, no fim, as garotas boazinhas não devem se importar. Porque, o que elas podem fazer? Um diamante tem que brilhar!